O TUDO E O NADA
(Fcº Assis)
Eu sou o amor do sonho,
Eu sou o pássaro que voa;
Sou o inseto medonho
Que a todo mundo ferroa!
Eu sou a água que cai
Na queda da cachoeira,
Eu sou a lua que sai
Por trás da verde palmeira.
Eu sou o uivo do lobo
Que ecoa ao pôr-do-sol,
Eu sou a forma do globo,
Eu sou a cor do arrebol.
Sou o esplendor da aurora;
A luz do sol da manhã...
Sou a criança que chora;
Do carneiro eu sou a lã.
Sou o enfermo que geme
No leito do hospital;
Eu sou o réu que se treme
Na sala do Tribunal.
Eu sou o sopro do vento;
Da árvore eu sou a folhagem...
A mente e o pensamento;
Sou o medo e a coragem.
Sou a saúde e o tédio,
A tristeza e a alegria;
A doença e o remédio;
A revolta e a calmaria.
Sou o castelo de areia,
A virtude e o perdão;
Eu sou o ritmo da veia
Que pulsa no coração.
Eu sou o peixe que nada
Nas águas claras do lago,
Eu sou o fio da espada;
Do beijo, eu sou o afago.
Eu sou o sexto sentido,
A luz na escuridão;
Sou a flecha de cupido
Lançada no coração.
Sou o morro e a colina,
Sou o foguete no espaço;
Sou a ave de rapina,
Sou a régua e o compasso.
Eu sou a planta que nasce,
Sou a flor desabrochada...
O sangue vivo da face;
- eu sou tudo e não sou nada!
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