Hoje, meu peito navega,
como o barco solitário,
do aflito navegante,
de olhar fixo no firmamento,
que se afasta dos rochedos
na busca mais adiante
da segurança de cais aconchegante.
Sempre deixando na passagem
um momento radiante,
um indelével rastro
de vítrea luz penetrante,
contrastando o tom cinzento
cruciante do sofrimento,
trazendo um resplandecente
sorriso cativante nos lábios,
e na alma os sentimentos
de anelos tão marcantes.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.