FRAGILIDADES.
De todas as flores que cultivei...
Uma me chamou mais a atenção.
Era uma florzinha singela que notei...
Nascida no beiral de minha janela!
Tão miudinha e franzina ela era...
Que jamais se formou dela um botão.
Mas com todo carinho eu a reguei...
Na esperança de vê-la um dia ser flor!
Todas as manhãs um beija-flor curioso,
Ou então malicioso, vinha à florzinha olhar!
Fazia o maior escarcéu para nela chegar,
Mas era tão miudinha que não a podia beijar!
Passaram-se as estações e ela ali estava.
Não se curvou ao tempo nem as tempestades.
Tão pequena e delicada que o orvalho da noite...
Trazia no silencio madrugada, o sereno a venerá-la.
Aurora se fez e uma abelhinha atrevida...
Sugou sem permissão roubou da florzinha o pólen.
Deixando-a agonizante de desejo assim como eu...
Agonizo no desejo de estar nos braços teus!
Baroneto.