Aos 13 dias do Mês de Março do Ano de Nosso Senhor de 2014 na Catedral de LISBOA:
Entro!
Cheira a Morte!
Impávida.
Serena.
Bucólica.
Permanente.
Repousa num regaço!
E há no espaço
um corte!
Em mim algo se rasga!
Algo se pressente!
Tudo chora ...
Que cansaço!
Até Cristo no Altar
se apavora, se ressente.
Tudo estático!
Tão frio!
Há um morto na Sé!
Lívida dor em permanência ...
Infinita solidão.
Preto.
Luto.
Abandono...
Morreu D. José!!!
Rezai ó Povo,
rezai!
Salmos e Orações ...
Que partiu hoje vosso
PAI!
Cheira a morte!
E no vem e vai,
foi Sua Eminência,
partiu o Cardeal ...
Ó Morte,
e o que será agora
deste pobre Portugal?!!
Sem a mente Espiritual
de um Homem tão diferente?!!
Pobre Cardeal.
Tão triste.
Tão mal...
No altar,
uma toalha,
um anel,
um chapéu,
uma vela ...
Está exposto o Cardeal!!!
Que triste quadro!
Que pobre tela!
Absorto!
Foi a velar!
Sua Eminência,
o desvalido,
está morto!
Senhor!
Tomai a sua Alma.
Que Nós,
seu corpo sepultamos.
Recebei hoje da Sé
a Viva Chama
de Sua Eminência
o Cardeal,
Patriarca D. José!
Ricardo Louro
- Junto ao ataúde do Patriarca D. José -
(Lisboa)
Ricardo Maria Louro