Consomem-se-me inglórios os meus dias arrastam-se-me as horas pesarosas por entre os meus murmúrios suspirados carregados de uma ausência em ferida pelos cantos magoada e pressentida feita de prantos por todos os lados.
Quebranta-se em mim o discernimento e pesam-me as palavras que não digo, consoantes em silêncio no meu peito. Ajeito a minha cruz ao firmamento e grito suplicando, estarrecido, por ti que és minha luz e meu alento.
Lá fora os lobos uivam o meu lamento e a noite veste-se de teus semblantes, confesso-me mendigo do teu corpo e proclamo-te deusa dos desejos e desejo-te presa nos meus beijos na estonteante loucura dos amantes.