As paisagens da vida
Avida por ser ouvida
São paletas de odores
Que odorizam as cores
Azul fui na infância
Pois azul é inocência
Ausente pela distância
Que o crescer faz-nos perder
O som que a coloriza
É o riso após chorar
Quando aprendemos a amar
Amando sem pressa, na brisa
Brisa que tudo harmoniza
Estabilizando a lembrança
Da alegria, tristeza, mudança
Da infância, fica-me essa lembrança
O verde da Rebeldia
Verbaliza a adolescência
Em que a calma e a energia
Fluíam na raiva da violência
Oiço o som da mudança
Que colora a lembrança
Pois foi marcante no ser
Servindo a dor e prazer
Sim, foi também por aqui
Que o meu corpo descobri
Descobrindo que o sexo
Nos anjos e nós é complexo
Ganhei a sabedoria
Mas perdi a fantasia
No vermelho que agora sou
Cor do adulto que ficou
E nem sei se é a paisagem
Que adoro nesta viagem
Rumo ao negro profundo
Quando partir deste mundo