Fim d'Abril!
Estoira a
Primavera!
E aquele
que espera
por sua amada,
desespera
na espera
de Alma
calada ...
Fim d'Abril!
Rebenta
a Natureza
e não há
maior riqueza
de quem espera
a Primavera
para Amar ou
ser amada!
Fim d'Abril!
O Céu pejado
d'Estrelas,
a Terra de
flores,
as mais lindas,
as mais belas...
Tantas cores!
Mil imagens!
Mil odores!
Campos largos:
bosques ,
outeiros,
lirios,
açucenas
e cravos,
tantos cheiros ...
Fim d'Abril!
Partiu o
Inverno,
foi-se o
Outono,
o campo
suspira,
canta a
cotovia,
toca a
lira,
foi-se a
tristeza,
foi-se o
abandono!
Tudo rebenta!
De hora a hora,
tudo emerge,
agora ...
Pujante e
viva,
a seiva,
revigora!
Fim d'Abril!
Canta a água
nas fontes,
são verdes os
prados,
verdes os
montes,
claros-azuis
os olhos
dos horizontes!
Ó meu Amor!
Quero que me
contes! Que vês!
É fim d'Abril!
Nas cearas secantes,
onde nada há,
e que aos olhos
distantes,
parecem mar,
ardem papoilas
rubentes,
tornando os campos
reluzentes,
como mantos bordados,
de santos imponentes!
E que encantos,
que vaidades,
aqueles Santos
nos Altares!
Abril! Abril!
É Primavera!
E quem dera
ver nas Almas
dos gentios,
o florescer
da Era,
o renascer
da Vida,
o fim do luto,
os lirios e as
rosas,
o fim da guerra!
Abril! Abril!
Ai, quem dera ver
nos outros,
o fim das águas
mil,
e no renascer
d'Abril,
ver-lhes a força
da Primavera ...
Ai ... Abril ... Abril...
... no Alentejo ...
... no Chiado ...
... no Estoril ...
Abril ... Abril ...!
Ricardo Louro
no Chiado
Ricardo Maria Louro
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