Prosas Poéticas : 

Solidão da Manhã, na Quarta de Cinzas

 
Solidão da Manhã, na Quarta de Cinzas
 
Solidão da Manhã, na Quarta de Cinzas

Foi na manhã daquela Quarta feira de Cinzas, que enfim sua 'ficha caiu'.
Solidão e um café.
Um café e a solidão que a levara a fazer tal coisa.

Não importaria o quanto refletisse agora...
O estrago fora feito.
Vendera seu corpo, como uma revista ou jornal na banca:
Fotos comprometedoras.
Além disso, na mente, as lembranças...

Uma cicatriz havia se formado, não no corpo, mas dentro do ser.
Aquilo que um dia, dissera: NUNCA! Agora era fato.
Pretérito, mas ainda assim, marcado.

Um gole na xícara de café.
Sentiu o aroma. Era tão gratificante naquele momento, ter o café!
Sua eterna companhia, fosse noite ou dia...

Entretanto, havia aquele sentimento de desgosto.
Por que fizera aquilo?
Por medo da necessidade bater à porta, ou pela ausência de reflexão?

Fora pelo impulso. Sim, era isso.
Agora estava feito.
Se as fotos chegassem a serem vistas por outras pessoas,
Tudo estaria acabado: Sua profissão e reputação.

Tomou outro gole de café.
Seu eterno companheiro:
Aroma, paladar, quentura.

Fechou os olhos.
Isso tudo porque era Quarta de Cinzas! A culpa instalada no íntimo.
Tirou o roupão, foi para a Igreja.
Levaria Cinzas, na cabeça!

Fátima Abreu
 
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FátimaAbreu
 
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