POETA VIVAZ EM COPACABANA
(Jairo Nunes Bezerra)
Mais uma noite se foi abrindo caminho para os raios solares, que
radiosos banham todo espaço. Beneficio-me deles expondo- me
à sua frente. As águas do mar, hoje, figuram mais azuladas e as suas
ondas castigam a areia, expulsando-me de sua aproximação.
Distanciado, continuo embevecido ante esse fenômeno que reina
diariamente atraindo centenas de pessoas que fogem da solidão.
O espaço em pouco tempo virou jardim abrigando rosas de
biquínis verdadeiras atrações sensuais. Um calor intenso, diferente,
ativa os meus desejos. E as sereias, juntas, sorridentes, ignoram a
minha presença. E cabisbaixo afasto-me daquela perdição que
altera o meu comportamento. Sento-me no primeiro banco visível
em Copacabana. Nele permaneço por horas e meu olhar tristonho vislumbra
à tarde que também se aproxima. Jovens da prostituição à busca de
amor que alimente a sua ambição pecuniária ilustra à minha
proximidade. Não as visiono. Elas tornaram-se atração rotineira.
Procuro o próximo bar, refugio no vinho seco, onde degusto
tira gosto, queijo do reino e pão fatiado. São providências usuais, que
fazem-me feliz. Logo mais, no meu apartamento beira-mar, recordarei
daqueles instantes que me proporcionaram melhor vivência e desejos
prolongados.
Chegou a noite!...