Amanheci indisposta
Forçando pra respirar
Estou tão ruborizada
Preciso me examinar...
Depois de buscar o clínico
Firmei o que já sabia
Todos os meus sintomas
Confirmam a ALERGIA.
Evadir desse achaque
Requer que evite a frieza
Pois não há medicamento
Pra mal dessa natureza.
É a frieza humana
Que beira a zero grau
Lentamente aprovada
Como algo natural.
Prolonga-se o inverno
Severamente enevoado:
Cada pessoa, um mundo.
Devidamente isolado.
Sou filha de terra cálida
De gente que irradia
Teimando ficar aqui
Arrisco morrer de ALERGIA.
Gosto de farra, de abraços,
de casa cheia e barulho...
Postergo este ar mesquinho
Impregnado de orgulho.
Passei tanto tempo aqui
Não pude me amoldar
Socorro! Tragam-me um lenço
Não paro de es-pir-rar...