Não sou ilha, sou oceano,
Tenho braços de mar, pernas de rio,
Afluentes nada brandos, mas bravios
Nas imensas águas de perigo insano.
Não sou ventos, sou procelas,
Tempestades que varrem a natureza morta,
Intensos tornados idiotas que denotam
A fúria de machos que seduzem donzelas.
Não sou fagulhas, sou fogo em labaredas
Que não atua míope sobre as incertezas
E que não quer ao relento lágrimas de infelizes...
Não sou trevas, sou archotes de luz
E se o dedo na ferida com amor eu pus
É porque no tempo farei sanar a dor das cicatrizes!