Foi no arraial da aldeia
Em noite de Lua-Cheia
Qu encontrei o meu amor.
Dancei com ele o fandango
E os seus lábios de morango
Eram fruto tentador.
Seus olhos, com tanto brilho
Incendiaram o rastilho
Que o meu peito queimou
O meu encostado ao seu
Fez de mim o seu Romeu
E o meu coração bailou.
Assim minha bailarina
Sempre ao som da concertina
Não mais parou de dançar.
E quando o dia acordou
Foi o luar que nos deixou
Para deixar o Sol brilhar.
Quando voltámos ao campo
Já o último pirilampo
Tinha apagado a candeia.
A leziria à nossa espera
O coração em Primavera
E o amor que nos rodeia.
Arrail do Ribatejo
Feliz me fizes-te
Pois que à beira Tejo
Pregaram-me um beijo
Foi benção Celeste.
Continuei a dançar
O fandango na aldeia
Assim o verbo amar
Passou a morar
Comigo, na ideia.
A. da fonseca