Um luar brilhante e cristalino, numa noite límpida e transparente constitui, indubitavelmente, um espectáculo de rara beleza. E é tão imensa tal beleza que, tudo o que se possa dizer para a retratar, ficará sempre aquém da realidade. Não há palavras que a possam descrever. Sente-se, vive-se, mas não se consegue exteriorizar a grandiosidade do que se vive ou do que se sente. Apenas se faz uma tentativa.
Neste poema, o autor, ao assistir ao aparecimento da lua, e ao ver toda a terra inundada por um luar tão cristalino, tão transparente, tão insinuante sente, de imediato, uma paz de espírito tão grande, que, repentinamente, se vê liberto de todos os seus agravos…
“E esse clarão também assim tão de repente,
Logo toda a minha dor amortalhou…”
E o autor confessa que se embebeu naquela luz, “banhou-se” naquele luar, “nadou” naquela “água cristalina”, e que aquele espectáculo foi o mais belo que até então presenciara…
“E em contemplação estática e silente,
Absorvi o que nunca tanto me maravilhou…
Por fim, o autor lança um apelo à Lua, pedindo-lhe que perpetue aquele momento, rogando-lhe que nunca se apague, para que a sua luz ofusque o seu sofrimento…
“Ah, lua amada, perpetua este momento!...”
A Chegada da Lua
E de repente um manto cristalino se espalhou,
Pela escuridão da noite já dormente;
E esse clarão também assim tão de repente,
Logo toda a minha dor amortalhou;
E logo em mil olhares o meu olhar se retalhou
Para se embeber naquela luz resplandecente;
E em contemplação estática e silente,
Absorvi o que nunca tanto me maravilhou.
A lua! Que deslumbramento!
Límpida, clara, de uma beleza excitante,
Erguendo-se lá ao longe no imenso firmamento!
Ah, lua amada, perpetua este momento!
Não te apagues nunca nem só por um instante,
Para que a tua luz ofusque a escuridão do meu tormento!
Helder Oliveira
(Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)
(Escrito em Agosto de 2013)
-- Helder Oliveira --
(Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)