Dois corpos em movimento, cheirando a magnólias
numa dança em carne viva, de medusas
cantando versos e reversos do amor
no interior de um quarto na cidade, desconhecido
onde se avista a vida que não cessa
pedras, paus, pétalas, lírios, ruinas e pó
matérias que circulam, incessantemente
com enganos e desenganos
esperanças e desesperanças
ociosas e aborrecidas
mas também velozes e decididas
como mariposas inquietas.
Sons da vida, que soçobram
ao mergulhar no teu corpo de colibri
em ti transcendo todas as dores
e nele reencontro a esperança
a couraça do teu corpo acolhe-me
como um campo de miosótis
em plenitude avassaladora
atirando as minhas vivências para trás.
Sintonizo a minha respiração com a tua
fora da vida, vivo em completude!