Quando disseram-me que machucaria, não acreditei.
Observava com ar de riso os olhares, os suspiros.
Nunca compreendia esse nervosismo, mas ansiei.
Eu precisava sentir essa dor.
Eu queria parar, e olhar em direção ao nada.
Através da vidraça encarar o céu
E mesmo no verão encontrar-me no inverno.
Perder o domínio do que sentia.
Morrer com um não.
E renascer a cada sorriso seu.
O amor é autônomo.
Meu coração trabalha sozinho.
O amor que habita meu coração garantiu ao chegar que ficaria.
Não era apenas paixão.
Que me preparasse pois não haveria garantias.
Que ironia foi. Uma flecha acabava de atravessar meu peito.
Encontro-me amando.
E que caminho de ouro é esse aos meus pés?
Seria você um tesouro?
Em um momento, pessoas.
Em outro momento, uma única pessoa.