Silêncio!
Estão desertas
as ruas,
paradas as
gentes ...
O vento
calou-se!
Despertam nas
campas,
os mortos,
talvez,
estáticos,
hirtos,
absortos ...
Dão sete,
dão oito,
dão as doze
badaladas
da meia-noite!
E fantasmas
aos milhares
desfilam
pela Vida
num cortejo
ordenado.
Silêncio!
Há em mim
palavras
contidas
num desejo
intenso!
E ainda que
te não veja,
silêncio,
ainda que te
não sinta,
silêncio,
pois deixo aqui
as minhas queixas!
Ricardo Louro
Chiado/Lisboa
Ricardo Maria Louro