Cobre-me com tuas suntuosas avencas
E deixa livre o canteiro das samambaias,
Preciso de regá-las para que não caia
Sobre mim o agrotóxico que as torna prenhas.
Perfuma meu corpo com tuas insignes dálias
E depois me banha com o aroma das rosas,
Necessito de fecundar-me com flores viçosas
Para dissipar de mim sensualidades otárias.
Beija minha sensibilidade com teus jasmins
E observa o que retiro de dentro de mim...
A inspiração que doira palavras de ardor!
Acaricia-me com cravos e orquídeas a eloquência
E percebe que, assim, tenho sublime consciência
Para dilapidar com semântica divina o amor!