A culpa foi do computador
Quando eu trabalhava em um banco
Chegou a mim um velho agricultor
Perguntou-me de modo bem franco
Sobre um débito de um certo valor
Respondi com bastante naturalidade
Deve ser um valor de adiantamento
Pois se for cheque de outra cidade
Cobra-se juro se liberar no momento
Vi que o homem ficou mais nervoso
Respondendo-me irritado e ligeiro
Não vou aceitar este seu discurso
Pois só faço depósitos em dinheiro
Poderia ser juros do cheque especial
Pois quando você usa o seu limite
Cobra se juros de modo exponencial
Se colasse seria o meu último palpite
O agricultor me respondeu com raiva
Deste banco eu nunca fui devedor
Aí então a única saída que restava
Era dizer que foi erro do computador
Disse-lhe que estornaria esse valor
Com credito em sua conta-corrente
Retrucou que se visse o computador
Não iria o deixar nem pra semente.
jmd/Maringá, 26.02.14
verde
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