OS VENTOS QUEBRAM O CERTO – COMO ESPELHOS
Trapeiros da madrugada morna
Do amor minguado e molhado
Que o lindo ainda mais belo torna
Onde o corpo na alma entalhado
Por lá onde vento brinca com rochedo
Aquele soldado não pensa na guerra
A criança caminha no sol do segredo
O homem dorme calmo no riacho da serra
A mente entrelaça a imagem do espelho
E abraça uma calça pendurada na fumaça
E um sol sozinho acaba no fim de vermelho
Os amores quebram os peitos como vidraça
E os ventos quebram o certo meio conselho
Somos iguais a todos que somos a criança
José Veríssimo