'Não posso consentir mais um erro
quando não sei o quanto dura a vida',
A persistir, posso assistir ao enterro
se ela for a minha terra prometida,
Após rejeição, a minha personalidade
quase me impede de ver o lado dela,
E julgando ser a última oportunidade
no dia seguinte rebobinei a novela,
Aceito 'Sim, nós podemos', eu Obama
para ti, e um talvez a uma próxima vez,
Ou então como Afeganistão, eu Osama
escondo-me e tu nunca mais me vês,
Mas ela nem hesitou na sua resposta
acedendo positivamente à proposta,
E enquanto se mostrava bem disposta
eu mostrava-me o all-in da sua aposta,
Vista de legista no seu vestuário
quando tirei cada uma das suas vestes,
Ela, retrato realista, eu visionário
quando escrevi 'Corpos celestes',
Sabia que seria um sonho elaborado
preparado para eu o viver acordado,
O seu sorriso me mantinha encantado
enquanto queria ter o tempo parado,
Demasiado avançado deu-me um sinal
claro de uma conversa produtiva,
Eu já a via como meu desejo matinal
numa noite que estava demasiado viva,
Refém do seu olhar que me enternece
eu entrego-me a tudo que aconteça,
E por ela farei tudo como se tivesse
no karma uma arma apontada à cabeça,
Escondo antes que isso me transpareça
e ela descubra o que me vai na mente,
Mesmo se tiver amnésia e me esqueça
tudo surge mal ela apareça à frente,
Finalmente, foi a cura de um doente
que nem sempre conseguiu ser paciente,
Pois o alarme iria soar como urgente
no dia que ela evitou o acidente,
Com sol eu ainda precisava de velas
isso prova quão perdido me encontrou,
E como não precisava mais da luz delas
foi num sopro o vento que as apagou.