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Funéreas

 
Seguimos a passos lentos os funerais.
Recolhemos flores, sopramos as velas.

Pés de nuvens espalham o pó da existência,
desaparecem os perfumes das camisas;

Ninguém lava, nem leva os trapos de vida.
Morrem teus lábios; não há mais brilho
no bico dos teus sapatos.

Quebraram-se as correntes,
de ouro, diamantes e rubis.

Tudo se transporta ao nada:
os ossos dos dedos, os olhos úmidos
e as costelas quebradas.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
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RaipoetaLonato2010
 
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