O sonho veste minha alma de esperanças
E me leva de visita aos coliseus da vida futura,
São átimos eloquentes que não perduram,
É que perante o porvir não existem lembranças!
Percebo-me afluente de uma inconsciente nudez
Que me despe dos trapos que a existência tricotou,
Há uma vergonha onírica de intenso dissabor
Que me deixa mendigo diante do devaneio que se desfez...
Caminho desnudo sobre pensamentos embriagados
Que o vinho da fantasia espalha por todos os lados
E curte de mim gestos e palavras perdidas e desconexas...
Encontro pelas estradas pedaços que são molambos
E com retalhos de alegorias cubro meus desenganos
Para outra vez adormecer em busca de douradas quimeras!