Poemas : 

Atalaia do arco íris em chamas coroado

 

Mas na prisão de um amor,
cabeça inclinada,
eremita da masmorra,
não podia conhecer ninguém.
Não estava à procura de desculpas,
conhecia as pessoas,
e sabia da lei ...
Nada deles esperou,
cético aguardou
nas escadas de íngremes degraus.

Mas não abriram a porta,
não acolheram o eremita grisalho,
rosto macilento e decrépito,
como daqueles que morrem
ainda no auge da vida.
Todos eles vão morrer
antes dos eremitas das masmorras.
Não poderão continuar a existência,
os dias deles não terão mais luz.
Satisfeito se faz ermitão sem glória,
divertindo-se com vigores passados,
tantas energias dispensadas,
enquanto esforçadamente tentam ignorá-lo.

Soerguendo a fronte, olha em volta;
arfando o peito, espanta tristeza e medo,
mas todos sentimentos foram quebrantados,
violentada alma rasgada, fogo nas veias correu.
Antes de dormir,
cerrou levemente os olhos cansados
tentando atrair o sonho estranho,
onírica visão profético brilhando etérea,
como espectro surgindo meio ao nevoeiro denso.

Mas bem sabia, aos lampejos do destino,
mesmo que outros estivessem enganados:
- jamais poderia estar arrependido,
anjo celestial que era, guardião divino,
um atalaia do arco íris em chamas coroado.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
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