Viver em tempos de utopia,
O corpo alimenta-se, deliciosamente,
De consumismo e de ousadia
De tudo o que há de democracia e antidemocracia
E, quanto ao espírito, só este asfixia.
Se há coisa que sente,
De certo não é a mente.
Essa vagueia por aí, perdida
Procurando por um porto de vida.
Se há coisa que sente,
De certo que é o senso comum.
Os cincos sentidos unem-se
Presenteando ilegais prazeres ao corpo e à alma
Tão cheios de sentidos, cheios de cor.
De intenso calor,
De belas fragrâncias,
De grandiosa música,
De eletricidade,
De física e de química.
Tão cheios de falso amor.
Tentação,
Desilusão,
Ganância,
É a mais lógica concordância.