Aluga-se um pranto insosso e de plantão
Que umedece a tristeza dos que estão sempre sós,
Lágrimas paraplégicas que despencam em caracóis
Cativam a saudade de quem convive com a solidão.
Arrenda-se um coração que bate em descompasso
Com pingos de chuva que fertilizam o solo,
Na areia côncava jogo-me e me destroço
Sem beijar o alcatrão que me vigia os passos.
Liberta-se a melancolia que tapeia o destino
E se execra de enrugar a face inocente do menino
Que sofre nas caladas da noite, as horas solitárias...
Destilam-se os prados onde a natureza sisuda, dorme...
Guardam-se as angústias na agonia dos alforjes
Para trazer do sonho uma vida desperta e humanitária!