Se o dia um foi colisão frontal
o seguinte foi fase de conhecimento,
O terceiro dia a repetição normal
de quem ansiava por mais um momento,
A conta gotas era o procedimento
de quem contava segundos para te ver,
Mesmo de forma virtual, o evento
me faria na primeira fila permanecer,
Cada vez mais me queria convencer
que todos os dias isso se repetia,
Até que fosses lua no meu escurecer
e eu sol no iluminar do teu dia,
Continuava o Houdini, que fazia magia
na Matéria-Prima, a minha rotina,
Quando te vi como droga que me prendia
escrevi um texto chamado 'Cocaína',
Tinhas o efeito contrário da ruína
habitual que ela me levou outrora,
E sem demora tentei ser a proteína
de um fora que te deram em cima da hora,
'Agora?' Na resposta de quem ignora
para a ver seria demasiado cedo,
Porque me via como caixa de Pandora
fechado no mais secreto segredo,
Mal ela sabia que tinha para a abrir
a impressão digital do seu dedo,
Sem referir que pudesse interferir
na forma como via o nosso enredo,
Em altas temperaturas, a nossa termite
faziam-me Goldschmidt, o cientista,
Enquanto diziam que o céu era o limite
contigo eu via-o como um ponto de vista,
E que vista na foto que tinha pintado
como um gaiato, na minha imaginação,
Perguntariam pelo meu melhor lado
e eu faria pontaria na tua direcção,
E nela o pensamento que a aconchega
com uma interrogação na sua ideologia,
E só quero ver até onde ela chega
vendo-a mais grega que a mitologia,
Algo na minha psicologia não encaixa
e insiste que veja o que já existe,
Porque eu meti o coração numa caixa
que não podia ser aberta mas tu abriste.
Matéria-Prima
Re: Inclinação - Capítulo V
Re: Inclinação - Capítulo V
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
