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O Verdadeiro e o Falso (Albert Camus)

 
Tags:  AjAraujo    poeta humanista  
 
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A primeira diligência do espírito é a de distinguir o que é verdadeiro do que é falso.

No entanto, logo que o pensamento reflete sobre si próprio, o que primeiro descobre é uma contradição.

Seria ocioso procurar, neste ponto, ser-se convincente. Ninguém, há séculos, deu uma demonstração mais clara e mais elegante do caso do que Aristóteles:
"A consequência, muitas vezes ridicularizada, dessas opiniões é que elas se destroem a si próprias".

Porque, se afirmarmos que tudo é verdadeiro afirmamos a verdade da afirmação oposta, e, em consequência, a falsidade da nossa própria tese (porque a afirmação oposta não admite que ela possa ser verdadeira).

E, se dissermos que tudo é falso, essa afirmação também é falsa. Se declararmos que só é falsa a afirmação oposta à nossa, ou então que só a nossa e que não é falsa, somos, todavia, obrigados a admitir um número infinito de juízos verdadeiros ou falsos.

Porque aquele que anuncia uma afirmação verdadeira, pronuncia ao mesmo tempo o juízo de que ela é verdadeira, e assim sucessivamente, até ao infinito.

Albert Camus (1913-1960), Escritor, Novelista, Ensaísta, Compositor e Filósofo, in "O Mito de Sísifo"
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
Branca
Publicado: 11/02/2014 12:15  Atualizado: 11/02/2014 12:15
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Usuário desde: 05/05/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 3024
 Re: O Verdadeiro e o Falso (Albert Camus)
Do ponto de vista pessoal, cada um tem sua verdade.
Mas acredito numa verdade ditada por quem criou o universo.
Há quem crê outros não, mas quem criou tudo, ditou as regras e as verdades.
Apreciei o teu texto, e nele há essa verdade inerente em todos e o falso na cabeça do vizinho.
Muito bom o tema.
Bj.
Branca.