Eis que se vão …
Os filhos adorados,
Levam a esperança no coração
E os olhos marejados.
Suas lágrimas teimam em sair
Dos olhos semicerrados,
Que em vão tentam iludir
Os corações despedaçados.
Partem em busca do pão,
Direito que aqui lhes foi negado.
Não querem viver de comiseração
Nem ser mais um subsidiado.
Tantas horas de estudo…
Outras tantas de desolação…
Levam aos ombros um canudo,
Que era para ser, seu ganha-pão.
Sonhos traídos…
Por pais e filhos sonhados.
Hoje sentem-se desiludidos,
Ao ver como foram enganados.
Vêm os seus filhos partir…
De peito amargurado.
Que tentam lá fora conseguir
O sonho aqui frustrado.
Ai… ditosa Pátria amada,
Hoje terra do nosso desencanto,
Para os teus jovens não tens nada,
Aos pais deixa-os em pranto.
José Pascoal
10-04-2014