Com um andar trôpego
Apoiado numa bengala improvisada,
O pequeno velho
Seguia pela infindável estrada.
Dominado pelo orgulho,
Recusava o cansaço e a vontade de parar.
O alcatrão quente
Queimava-lhe os calejados pés
Mas o velho, persistente,
Prosseguia ignorando o calor.
O sol estava no seu auge
E no céu pairava um açor
Fixando uma presa lá longe.
O velho sentia sede
Mas a teimosia não o deixava parar.
Então sentiu o corpo renunciar
Àquela caminhada sem destino...
O velho tombou já inerte
No alcatrão quente.
A vida fugira daquele velho,
A vida fugira do seu orgulho.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.