Meu olfato capta o odor nauseabundo de mim,
Minhas vísceras estão velhas e gangrenadas,
Enquanto o sangue coagula em disparada,
Intenso rebuliço povoa o que era um jardim...
O cheiro nefasto intoxica até as palavras
Que prolato ou escrevo após esforço inaudito,
Minhas afeições estão mortas e fico contrito
A observar em minha imundície a faina das larvas.
Em desespero, penso em gritar, pedir socorro,
Porém a morte já consumou o fim do estorvo
E meus olhos são lambidos por esdrúxulas bactérias...
Sinto a invasão dos parasitos e vermes em festa,
Percebo a angústia dos corvos que, zangados, protestam
A propriedade do corpo carcomido pela inorgânica etérea!