É naquele belo rosto
Que se abre uma janela
Para o sol poder entrar,
Cheio de alegria a brilhar,
Trazendo aroma da canela,
E harmonia do bem-estar.
Na janela a ver o horizonte,
Através da clara luz do dia,
Sentindo a paz que irradia,
Na suavidade da melancolia
Que o vasto verde acaricia.
Nesta minha prisão sombria,
Fico com o desejo profundo,
De me libertar deste mundo,
Ao ver pássaros com alegria,
A gozar a liberdade que podia.
Presa, neste grande espaço,
Entre paredes largas e frias,
Resignada à minha condição
De monja, neste meu terraço,
Como escrava desta servidão.
Nestas minhas aventuras,
De desamores passados,
Fui condenada à clausura,
Ao isolamento, às agruras,
Por todos e tantos pecados.
Manuel Lucas