Numa estrada nua e de areia fina
Sob os auspícios de uma lua meio apática,
Dois corpos se abraçam sem qualquer tática
E tresloucadamente buscam desejos que contaminam.
No silêncio escrevem páginas dum amor sem fim
Patrocinadas alhures pelo ardor de beijos ferozes,
As horas enredam a história em novelos e retroses
Para que se obtenha a afrodisíaca bênção de São Valentim.
Cenário atapetado pelo cintilar das estrelas românticas
Que, voluptuosas, massageiam o crepúsculo de um cio
Donde se extraem orgasmos de delírios eloquentes e arredios
Da noite que contempla o coito da sensualidade atlântica.
O vento sopra sobre as nudezes eróticas e apaixonadas
Que se completam em simbiose na solitária estrada!