Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 30/07/2016 16:53 Atualizado: 30/07/2016 16:53 |
Da casa!
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Re: Cigano.
Viajando por um tempo ido,
vê-se a “água” a escapar “por entre os dedos” da criança que se “vestia de anjo” na “procissão”, cobrindo-se de “asas-sonhos” enquanto se fingia Neruda, rabiscando “o que queria ver-ser”… lendo esse poeta que escrevia “Gira o vento da noite pelo céu e canta”, encantando a criança que se escondia do sol e dos outros, animado, pelas tardes correndo para o “esconderijo secreto” onde os berlindes se lançavam na terra, invadindo “ruas”, escalando “muros”, jogando “cartas”, invertendo “as ordens das coisas” porque as horas não importavam (e a criança “nadava” nelas). O “horizonte”, o futuro, era “um longe, tão longe” que não havia espaço para ele com tanta “fantasia”, “imaginação” e “castelos de areia” apinhados. Mas aqui, olhando para trás, escreves, reescrevendo-te, enquanto lês “as linhas das mãos”. Neste poema que nos leva em viagem e nos faz correr pelas tardes sumarentas dessa infância cheia de movimento. |
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