Enquanto vivo eu sou esperado pelos germes,
Lá em seus planos vêem em mim ledo banquete,
No meu dia a dia este viver parece um inferno,
E os meus versos tem um efeito ante carbureto.
Ainda vivendo escrevo as moscas e pernilongos,
São analfabetos estes não lêem nem me criticam,
E após morto haverão de ler autores modernos,
Ao falar dos meus provavelmente alguém zomba.
Me leio em voz alta e dou vida a minha criação,
Alem do meu quarto ninguém sabe o que escrevo,
Parece que a vida é um oásis em meio a maldição.
Firmei um pacto com a história do meu ser inerte,
Quando alguém falar dum vivido em decadência,
Saberão tratar-se de uma alma leve nada exigente.
Miguel Jacó