Poemas :
Infortúnios silenciosos
Nunca o confessei.
Mas sentia-o. Sempre.
Fui-me perdendo de ti nesta sempre recusa da voz do corpo.
De mão estendida, ansiosa, corri o risco de que não quisesses segurá-la, senti-la, de subir até ao meu cotovelo.
Ficava imóvel, imaginando como dizer não ao gesto que desejava.
E tu dizias-me indecifrável, perdida num céu sem porta, sem escada.
E eu, em cada dia, desejando cair e tocar-te.
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