A sombra do vento passou
na madrugada onde nada mudou
foram os dias que se esqueceram
das mudanças quotidianas
em distrações cortantes
onde o vicio das horas
despertou a inquietude
num pedaço de nada…
As esquinas gritaram silêncios
nos muros da divisão
as nuvens choraram
palavras caladas em soluços
que a alma aconchegou
numa solidão de luar
em palavras que caíram
para marcar o tempo
na eternidade dos sentimentos!
As vestes do rio dançam
em melodias que correm pelo mundo
as margens seguram as pontes
entrelaçados os pensamentos
tecem memórias de todos os tempos…
Brancas as folhas dos livros
onde as histórias se contam…
Amareladas no tempo
as palavras ganham forma
nos gestos que o âmago pinta
em aguarelas de verdade
na identidade
que marca tudo aquilo
que recebemos da terra…
Raízes fundas
nas horas da infância marcadas
passagens de margem em margem
onde tudo é nada
e o nada é imenso tudo
que se descobre na essência
das colossais tempestades…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...