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Confio na sua força de vontade
para me resgatar de fevereiro.
Talvez você possa abreviar o calor,
colocá-lo numa caixinha de fósforo
ou descobrir como podemos fingir
melhor que estamos plenamente
adaptados a este real surreal.
Sei que você tem muita coisa pra falar.
Não sei se estou preparada para ouvir.
Não sei se posso fugir a pé ou de avião.
Tenho necessidades estranhas de
tardes perigosas e noites sem palavras.
Preciso recuperar o poder do livre-arbítrio
e da esperança antes de terminar
esse bilhete suicida. Pra que vida?
Pra que essa vida?
Karla Bardanza