Cheguei em São Paulo no mês do seu aniversário. Vim da Paraíba com a mala cheia de sonhos e desejos de realizá-los. Entre a Avenida São João e Ipiranga, perdi os sentidos de direção. Desci do ônibus no Belenzinho e pensei que estivesse no Brás. Tive que retornar ao Centro da cidade para encontrar amigos que pudessem levar-me de volta para casa.
O movimento dos automóveis e gente de sotaque estranho bagunçaram a minha cabeça; nordestinamente, falava devagar e pedia socorro.
Na confusão da metrópole, aprendi a conviver com as diferenças.
O interesse pela literatura e a brasilidade, surgiram a partir das obras de Mario e Oswaldo de Andrade e da poesia concreta dos irmãos Campos e Décio Pignatari.
Com a voz empostada e de olhos fechados, abri os abraços e repeti várias vezes:
Parabéns São Paulo, comoção da minha vida.
Poemas em ondas deslizam nas águas.