Águas do meu olhar vertem feito cachoeira, menina, tímida, ferida com uma flecha dourada, por um cupido entusiasta, estou debruçada nas rochas do esquecimento, com cabelos esvoaçantes no tempo, clamando ao rei sol para não desapontar entre as nuvens dos sentimentos, vastos caminhos, íngremes e escarpados, tesouros escondidos, vertentes fluídicas de um amor impossível...
Possível seria, se ele encontra-se a sua dama, vestida com escamas coloridas, conhas extraídas do seu coração, um coração honrado, um guerreiro e um segredo guardado a milênios, queria tanto poder ao menos encontrá-lo nos castelos em ruínas das memórias tão tardias, estes sonhos embaraçados, dão nó na garganta, volto no passado, chorando, só, buscando o perpétuo amor que sou fiel, jamais deixei de amá-lo, poderia esquecer quem sou, jamais iria encobrir-te de terra...
Carrego-te em meu peito, em minh'alma, meu ser foi forjado da tua espada, meu nobre anjo-bárbaro!
Volta e carrega-me nos braços, apenas uma vez mais...
Vem dizer-me que não esqueceu-me jamais.
Viagem nos sonhos e sintam na alma o que é poesia!