Censura de um coração distante do perdão
Revela-se há quem um dia foi seu mundo
Perpetua em segredo os desejos de atração
Alma de uma paixão de um pensar profundo
Condenado por morte por uma injusta razão
Desfolha a fantasia que o tempo num segundo
Insinua o adeus ao cotidiano quente em alusão
Aos espasmos de prazer de um mar fecundo
Sonhos afugentados por uma face invisível
Projetam-se na solidão do passar da hora
Profundas lembranças no vazio do possível
Do retorno ao ontem, absolvido e legível
Ausente de pecado pela força do agora
Com um ato visível a um olhar sensível
Murilo Celani Servo