Trancada em si mesma e refugiada do real
Solidão do eu, sombra de um brilho de luz
Isolamento cônscio de um cotidiano anormal
Ao mundo que o contorno não mais a seduz
Pela estrada solitária de um sonho artificial
Constrói os versos que o seu desejo faz jus
Ao paradoxo da face de uma razão casual
A vida que dorme em selar a própria cruz
Anacrônica no tempo de uma verdade vencida
Conteúdo em poema que procura a liberdade
Pensamentos que ardem pelo fogo da vontade
Em descobrir o rumo a qualquer porta de saída
Que a leve a tatear a cor infinita da eternidade
Eliminando a incerteza que lhe priva a felicidade
Murilo Celani Servo