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Cesta de vime - Homenagem ao Dia dos Pais (AjAraujo)

 
Tags:  AjAraujo    poeta humanista  
 
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Aquele caminho,
- levava ao açude -
era de saibro,
em multicores,

Dava gosto pisar,
com o pé descalço
de moleque
aquela areia fina,

Havia um terreno,
pequeno roçado,
onde meu pai plantava,
hortaliças e abóbora,

Dava gosto de ver
Aquela rama espalhada
com os pequenos brotos
de abobrinha, ainda verde.

Saía bem cedo
para molhar as verduras
alface, couve, cebolinha,
com o regador de latão.

A água brotava generosa
no poço a flor da terra
e no "ladrão" do açude
que escoava o excedente

Meu pai colhia o pé inteiro
cortava a raiz com seu canivete
que ganhara de um gringo
dizia que era suíço

Enquanto isso montava
a cesta de vime
com os pés de alface,
os molhos de salsa e couve,

Verdureiro, olha o verdureiro
verduras frescas pra seu almoço
Saía batendo de porta em porta
pra levantar alguma grana

Felicidade era dizer
que tudo fora plantado
por meu pai José
e que estava tudo fresco

De vez em quando molhava
as folhas no cesto
para que elas
não perdessem o viço.

Eu tinha entre 11 e 13 anos
E quando não vendia verduras
levava as marmitas e pratos
do almoço pro refeitório da fábrica.

Depois tinha que correr,
As aulas do curso ginasial
começavam sempre às treze horas,
E hoje tinha geografia

O professor Nelson
Maranhense com sotaque
nos fazia viajar em planícies
montanhas, rios, cerrados

Mas, aquele caminho
às margens do Rio Piraí,
até hoje recordo com saudade
e aquela areia que fazia cócegas nos pés.

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 19-Jan-14, recordando minha infância em Santanésia.

Imagem: Estação Ferroviária de Santana de Barra.
 
Autor
AjAraujo
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