Perseguida numa corrida sem tréguas
corria, corria, sentindo a respiração do outro
arfante no meu pescoço….loucura vertiginosa.
Nunca soube quem era o outro
uma mancha, uma sombra
podia ser uma aranha gigantesca
gelatinosa e peluda
o nojo me perseguia
a minha corrida era sem fim
para nenhum lado…em frente, sem desvios.
Acordava e não podia mexer um dedo
amarrada ao desconhecido
quase sem respiração, esgotada
consciente da inconsciência
até que saia do sortilégio
afogueada em ondas de sangue
alagada em suor.