Lentamente o sol se põe de timidez
Levando a vitrine do dia em seu ocaso,
A lua pálida e soberba de brilho raro
Alumia os segredos que a noite desfez.
No pisca-pisca das estrelas vivem aventuras
Da ventura e do sonho que salpicam desejos
Sobre a fronte míope de lábios carentes de beijos
Que, trôpegos, perdem-se no sigilo que usurpam.
Na visão que retrata quedas de astros cadentes
Há longas estradas que protegem o cio das gentes
Desbotado pelo prazer iníquo que se evapora incolor...
Nas sombras noturnas pavimentam-se de orvalho
A sedução que alicia os libidos assaz torturados
Pelos vultos de uma volúpia deserta de amor!