Por entre o orvalho da madrugada, ecoam vozes,
Que sobressaem das nuances alumiadas;
Quem sabe, se pelo vento, assopradas,
Ou se aqui vingadas, pelas árvores, em seus algozes.
Ao longe, ouvem-se os cães e os doutos pastores
Que bem conhecem os silêncios, entre os ecos distantes;
E as ovelhinhas, reconhecidas ruminantes,
Vêm montanha acima, por entre as ervas e as flores.
E enquanto vou escrevendo, o sol vinga forte, no céu:
Todos sabem quem são, menos eu: e é na rima
Que me procuro, não achando, quem me promoveu.
Fui Pessoa e Camões, entre outros tantos, aventureiros:
Pudesse eu, versar, como quem estima,
Que então vos daria, dos sóis, os raios primeiros.
Jorge Humberto
16/01/2014