Carregamos em nós a nossa memória
Sentimos a nossa própria dor
Contamos em nós a nossa história
Somos do nosso presente, o próprio autor
Vivemos em nós o nosso discurso
Erguemos a nossa voz
Gritamos o nosso percurso
Enquanto o futuro chega veloz
Corre veloz à nossa frente
Quase impossível de alcançar
Quando quase lhe passamos rente
Está novamente o passado a chegar
E assim nesta dança de tempos verbais
Ao ritmo de um pretérito sempre imperfeito
Passado, presente e futuro
Vivem em choque constante
Sem qualquer preconceito.