Não entres tão depressa pela noite
fica mais um pouco
a escutar a linha do horizonte
saí da gaiola nas horas sem madrugada...
Não é meia noite quando se quer
é meia noite sempre
que o luar beija os olhares
no sossego dos equinócios...
Abraça o dia na demora lenta
de um relógio sem tempo
com o vento quente das auroras frescas
a dedilhar sinfonias
que os pés dançam
em compassos de ballet...
Esguio o corpo que se move
ao encontro das quimeras
mesmo quando elas fogem
em sombras onde as árvores bailam
silhuetas caladas nos beirais cansados...
Não entres tão depressa pela noite
aguarda que o tempo a leve
antes que o olhar perca os sonhos...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...