Porque regressas tu assim,
tolhido e sem pressas?!
Choram-me os olhos
adentro aos teus ...
Que entre a Vida e eu
há já o costume d'um altar
em preces absorvido,
esquecido, perdido -
- na insistência dos dias,
na persistência das horas,
frente a tua ausência que tornou,
mas que agora, ao voltar,
foi-se-me à Vida que matou!
E sem ti, e sem mim,
mormente o tempo passe,
que minh'Alma se resgate,
e que Louros e acácias,
como frias-sentinelas
em sacadas de solidão,
adornem o altar da capela
do meu triste e pobre coração!
Ricardo Louro
Chiado/Lisboa
Ricardo Maria Louro