Assim...
O tempo
Corte minhas mãos ao vento
Num tempo de inglórias onde
Procuro paulatinamente por
Tuas pernas embaixo dos lençóis.
E o vazio carcome minhas
Lembranças de um amigo amante
Sorridente e cheio de sonhos
Elevado pelas dores sangrentas
De uma solidão cheia do meu amor.
Recebi teus olhos anuviados de esperança
E abracei teu violão como ao teu corpo
E suspirei tuas notas musicais num tempo
Que a mim era caro...
A estrada estreitou-se para nós pela longa
Demora de ti em mim e de mim em ti
Soçobrando os nossos anseios de um dia
Sermos mais.
Vera Melo.