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Sem Tempo

 


Sem Tempo

pedras despencam dos céus
brancas bolas de bilhar
rolando espessas a brincar
enfurecem como as ondas do mar

olhos contemplam as nuvens de gelo
o medo se estampa em cor
vermelho azul verde e amarelo
na tez escancara o rubor

sinergia no ato a escrever poesia
com miseras tintas escuras
com a gravidade da mão
que apenas queria
externar nostalgia de uma chuva vazia
sem tempo

jorra a solidão das chuvas
jorra no asfalto negro escaldante
com pedras como fossem uvas
uvas sementes na chuva incessante
lavam as ruas do tempo


e molham as faces do tempo
de fomes
sem tempo
sem tempo para olhar
para uma palavra
sem tempo
lavam as ruas
sem tempo
sem tempo
para chorar

Alexandre

 
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montalvan
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